Crédito Pessoal para a entrada do Crédito Habitação: sim ou não?

Escrito por Conselhos do Consultor

06.04.22

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4 min de leitura
Crédito pessoal habitação

Pedir um crédito habitação exige algum capital inicial disponível para a entrada, mas também para os impostos e outros custos. Para quem não tem esse capital, será que a melhor opção é pedir um crédito pessoal?

Pedir um empréstimo ao banco para comprar casa sem ter algumas poupanças iniciais é uma tarefa quase impossível. Em primeiro lugar, vai precisar de ter capital disponível para dar como entrada. Os bancos só financiam parte do valor do imóvel, que, de acordo com o Banco de Portugal, não deve ir além dos 90%. Por isso, é preciso ter pelo menos 10% do valor da casa disponível, embora alguns bancos possam exigir mais. A somar a isso, ainda vai ter que contar com outros custos iniciais, como os impostos e a escritura. Para quem não tem este capital inicial necessário, é preciso ponderar outras soluções. Não são raros os casos que decidem contrair um crédito pessoal para pagar esse valor inicial. Será isso algo correto a fazer?

Crédito Pessoal para a entrada do Crédito Habitação: sim ou não?

A resposta é não. Contrair um crédito pessoal para pagar a entrada e os restantes custos de um crédito habitação é algo que pode correr muito mal. Os 10% de entrada devem ser capital próprio do cliente. Nesta situação do crédito pessoal, o que alguns clientes fazem é pedir primeiro o crédito habitação e informar o banco que têm os 10% de entrada. Depois do banco aprovar o crédito habitação, o cliente solicita logo a seguir um crédito pessoal noutra instituição financeira e fica então com capital disponível. E onde pode entrar o problema? No facto do banco onde foi solicitado o crédito habitação descobrir. Se isso acontecer, a aprovação do crédito habitação é cancelada, mesmo que já esteja tudo definido.  Resultado disso: não conseguem comprar casa e ainda ficam com o crédito pessoal por pagar (em alguns casos, até podem perder o sinal dado ao proprietário da casa aquando do Contrato de Promessa Compra e Venda, dependendo do que ficou definido no contrato).

Claro que nem todos os casos correm mal. Existem algumas situações destas que avançam sem qualquer entrave. Contudo, vamos imaginar que o cliente fica então a pagar dois créditos ao mesmo tempo, o habitação e o pessoal. Será que consegue suportar as duas prestações?  Se a subida das taxas Euribor se começar a acentuar, isso pode significar um aumento muito significativo das prestações mensais. Neste momento as taxas Euribor ainda estão em terreno negativo, mas já se verifica uma subida. Se a Euribor continuar a subir, será que o cliente ainda consegue suportar as prestações dos dois créditos?

É preciso ter muito cuidado pois esta opção pode implicar sérios problemas financeiros.

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Assista: A prestação do crédito pode duplicar com a subida da Euribor?

Quais são as alternativas para quem não tem capital inicial?

Para quem não tem o mínimo de 10%, não existem muitas alternativas. O ideal é esperar até conseguir esse valor, sem se meter em grandes aventuras para conseguir esse dinheiro. Ainda assim, existem algumas dicas que podem ajudar.

  • Seja “realista” na escolha da casa a comprar: perceba primeiro quanto é que pode solicitar de crédito habitação e só depois comece a ver casas que se encaixem nesse valor;
  • Peça ajuda a familiares: pode tentar que algum familiar ou amigo lhe empreste os 10% para dar de entrada;
  • Tente adquirir um imóvel do banco: pode tentar o financiamento a 100% na aquisição de imóveis dos bancos. Nas casas vendidas pelos próprios bancos, o financiamento pode chegar aos 100%;
  • Avalie a opção de leasing imobiliário: nesta opção paga uma renda mensal para viver numa determinada casa e depois tem a opção de, ao fim de determinado período, comprar a casa pelo valor residual. O leasing imobiliário aplica-se sobretudo a imóveis dos bancos. Entenda melhor como funciona o leasing imobiliário;
  • Avalie a opção de arrendamento com opção de compra (entre particulares): nesta solução é elaborado um contrato de arrendamento que garante que, ao fim de determinado período, o comprador pode adquirir o imóvel pelo preço acordado com o proprietário, descontando as rendas pagas;
  • Poupe: se o seu objetivo é comprar uma casa, então comece já a colocar algum dinheiro de lado e a cortar nas despesas não necessárias. Pode também procurar ter alguma fonte de rendimento extra.

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Leia também: 5 Dicas para preparar as suas Finanças Pessoais para o Crédito Habitação

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