Finanças em Casal: contas conjuntas ou separadas?

Escrito por Conselhos do Consultor

07.08.23

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7 min de leitura
Finanças em Casal

Um casal deve manter as suas contas bancárias separadas ou em conjunto? Conheça algumas dicas que podem ajudar a descobrir a resposta.

A gestão das finanças de um casal é um tema que levanta algumas dúvidas e, muitas vezes, causa alguns conflitos. Este é um assunto que muitas vezes é deixado de lado, mas deveria ser esclarecido ainda antes do casal decidir morar junto. É necessário perceber se os dois estão alinhados na forma como se deve gerir as finanças a dois, independentemente se isso implica contas bancárias conjuntas ou separadas.

Contas bancárias conjuntas ou separadas?

A resposta a esta questão é depende. Gerir as finanças em casal depende muito dos objetivos e da organização de cada um e é necessário chegar a um acordo para que tudo funcione sem percalços. Por isso, e em primeiro lugar, é preciso entender que o sucesso da gestão das finanças do casal vai depender muito da comunicação entre ambos.

Numa vida a dois, é necessário partilhar as despesas familiares como a renda da casa, luz, créditos e por aí fora. Contudo, é também preciso pensar nos gastos pessoais de cada um, que é o motivo de muitos conflitos, e também no futuro da família. Tendo por base estas três necessidades, e de forma a evitar conflitos, muitos especialistas recomendam que os casais mantenham estas contas:

1) Uma conta conjunta para as despesas

Nesta conta conjunta de despesas o casal deve colocar uma parte do rendimento na conta. Depois, é dessa conta que é retirado o dinheiro para pagar as várias despesas mensais. Para que tudo funcione, é necessário seguir estas regras:

1) Listar quais são as despesas comuns. Pode parecer lógico, mas existem despesas que podem gerar dúvidas. Por exemplo, os gastos com o carro de cada um, é uma despesa comum ou individual?

2) Definir quanto é que cada um deve colocar na conta. O ideal é que seja proporcional ao rendimento mensal de cada um para equilibrar o esforço financeiro. O casal pode definir uma percentagem igual ou determinar um valor exato. Aqui cabe ao casal analisar o que é mais funcional e justo.

3) Estabelecer regras na gestão da conta e das despesas comuns. A que dia do mês deve o casal colocar lá o dinheiro? Quem fica responsável por pagar as despesas? Quem deve anotar os gastos no orçamento familiar?

Mais uma vez, e tal como já referimos, o casal pode escolher outro método mais conveniente. Por exemplo: podem abdicar da conta conjunta e dividirem o valor total das despesas de forma proporcional.

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2) Uma conta individual para cada um

Cada membro do casal tem os seus gastos pessoais e isso deve ser colocado “em cima da mesa”. Ter uma conta individual ajuda na gestão destes gastos e evita o controlo entre o casal. Cada membro tem a sua conta bancária para usar da forma que lhe for mais conveniente. Ainda assim, e para bem do casal, deve existir transparência sobre estes gastos. Não, não falamos aqui de apresentar um relatório mensal de todos os gastos pessoais. Falamos sim de conversarem abertamente sobre o assunto para perceberem se estão alinhados.

Nas diferentes fases da vida do casal pode ser necessário um reajuste nas finanças. Podem surgir despesas inesperadas, por exemplo. Apesar de cada membro ter a liberdade para as suas compras pessoais, isso não invalida que acautelem o futuro e evitem gastos desnecessários.

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3) Uma conta para o fundo de emergência

As adversidades podem acontecer em qualquer momento da vida e é preciso ter um postura de prudência quando se faz a gestão do orçamento familiar, especialmente se existirem filhos e despesas avultadas como um crédito habitação. Para acautelar o futuro, o casal deve criar um fundo de emergência que consiga cobrir os encargos mensais por alguns meses. Este fundo nada mais é do que uma poupança e deve estar numa conta de fácil acesso.

O valor a colocar no fundo de emergência pode variar. A maioria dos especialistas em finanças pessoais recomenda guardar uma quantia equivalente a 6 a 12 meses do valor despesas mensais. O casal deve definir quanto é que cada um colocará nesse fundo e em quanto tempo. Depois, cada membro pode decidir colocar a sua parte de uma vez só ou fazer depósitos mensais até atingir a quantia desejada. O importante aqui é respeitar esta obrigação conjunta, ou seja, não colocar o fundo atrás das despesas não essenciais.

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Leia também: Fundo de Emergência: saiba como criar e qual o valor que deve poupar

4) Uma conta poupança

Depois do fundo de emergência criado, é preciso pensar a longo prazo. Uma conta poupança é sempre uma boa estratégia para a saúde financeira da família. Essa conta poupança pode ter apenas o objetivo de garantir alguma segurança, mas também pode ser destinada para gastos com férias, por exemplo.

O casal deve definir o tipo de conta poupança pretendida e o valor a poupar mensalmente. Mais uma vez, poderá ser uma percentagem do rendimento ou um valor fixo.

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Leia também: Plano Poupança Reforma (PPR) – Como escolher o melhor?

Gestão das finanças em casal – Outras dicas importantes

A somar às dicas anteriores, é importante relembrar que existem alguns aspetos essenciais para que tudo funcione. De nada adianta criar as contas bancárias sugeridas, mas falhar na organização e principalmente na comunicação. A pensar nisso, deixamos mais algumas dicas simples que facilitam a gestão entre o casal e fomentam a saúde financeira:

  • Criar um momento mensal para falar das finanças: o casal deve marcar um dia e uma hora para falar sobre a sua situação financeira. É necessário fazer um balanço das despesas, acompanhar a poupança e tomar algumas decisões necessárias;
  • Delegar a gestão ao membro mais organizado e interessado sobre o assunto: se um dos membros consegue mais facilmente gerir o dinheiro, então é mais vantajoso que seja essa a pessoa a gerir as contas em comum. É natural que num casal exista uma pessoa mais metódica e organizada e é importante aproveitar isso;
  • Optar por sistemas práticos: para evitar falhas nas obrigações mensais, o casal pode optar pelas transferências e pagamentos automáticos. Por exemplo, podem definir que, mal o ordenado chegue à conta, uma percentagem vá direta para a conta poupança. Estas opções tornam todo o processo mais fácil de gerir e manter. As aplicações móveis financeiras também podem ser uma ajuda;
  • Criar um orçamento familiar: o casal deve ter um registo para identificar as movimentações do dinheiro, ou seja, deve saber exatamente quanto dinheiro entra e para onde sai. O registo pode ser numa folha de Excel à qual ambos tenham acesso. O orçamento familiar vai permitir ao casal antecipar problemas e identificar possibilidades de poupança;
  • Identificar produtos de poupança ou investimentos: o casal deve procurar perceber se existem oportunidades para rentabilizar o dinheiro e até acautelar o futuro. O exemplo mais conhecido é o Plano de Poupança Reforma (PPR), mas existem outras formas de poupar e/ou rentabilizar o dinheiro. O casal deve conservar sobre o assunto e ambos devem entender exatamente o que está “em cima da mesa”, especialmente em investimentos de maior risco;
  • Investir na literacia financeira: o conhecimento faz toda a diferença na gestão das finanças. Se o casal ou um dos membros perceber como funciona o dinheiro, consegue mais facilmente tomar decisões vantajosas.

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