Cartões de Fidelização: uma boa opção para poupar?

Escrito por Conselhos do Consultor

24.06.21

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6 min de leitura
Cartão Crédito Fidelização

Descontos em tecnologia, supermercado ou combustível: os cartões de fidelização podem ser uma boa forma de poupança. Contudo, há alguns cuidados a ter.

Os cartões de crédito de fidelização são uma solução que resulta da parceria entre uma determinada marca e uma instituição financeira. O objetivo destes cartões é atrair e reter clientes, oferecendo-lhes algumas vantagens pela sua adesão. A oferta é cada vez mais diversificada e já é possível encontrar estes cartões em várias superfícies comerciais. Neste artigo explicamos-lhe quais as vantagens desta solução, mas também quais os cuidados a ter.

Como funcionam os Cartões de Crédito de Fidelização?

Os cartões de crédito de fidelização surgiram como uma estratégia de marketing para atrair e reter clientes. Através destes cartões, as marcas oferecem um conjunto de vantagens aos consumidores, como descontos, pontos ou facilidades no pagamento, por exemplo. Contudo, estes cartões têm incluída uma taxa de juro que normalmente é alta. Descubra a seguir algumas das principais vantagens e desvantagens:

Vantagens

  • O valor gasto com as compras é depois convertido em descontos ou pontos para trocar por ofertas;
  • A maioria do cartões tem anuidade gratuita;
  • Facilidade nos pagamentos: alguns cartões permitem o pagamento em mensalidades sem juros;
  • Acesso a promoções exclusivas a aderentes.

Desvantagens

  • A TAEG, na grande maioria dos casos, é alta. Em 2021, a TAEG aplicada é de 15,6% (normalmente estes cartões de fidelização aplicam o limite imposto pelo Banco de Portugal);
  • Alguns cartões só atribuem vantagens a quem não pagar a totalidade mensal do extrato. Ou seja, o consumidor paga para ter descontos devido à incidência das taxas de juro nas mensalidades;
  • Como se trata de um financiamento, o montante que for disponibilizado em cada cartão irá contar como um risco potencial de crédito e será registado na Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal.

Alguns exemplos de Cartões de Crédito de Fidelização

Tecnologia
Compras no Supermercado
Decoração e Imobiliário
Automóvel e Combustível
Moda e outros
  • MUST (Freeport Lisboa Fashion Outlet e Vila do Conde Porto Fashion Outlet)
  • Decathlon
  • OMB (ótica)

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Leia também: Poupar no Supermercado: 2 plataformas que o vão ajudar

Cartões de Crédito de Fidelização – Alguns cuidados a ter

Apesar destes cartões de fidelização terem vantagens, é necessário garantir um bom uso dos mesmos. Caso contrário, as vantagens podem não compensar. Assim, e de acordo com as recomendações da DECO Proteste, estes são os cuidados que deve ter:

1) Pode perder dinheiro caso não utilize os cartões de fidelização

Alguns cartões aplicam a chamada “Comissão de inatividade”, o que significa que vão cobrar pelo não uso do cartão de fidelização. A DECO analisou alguns cartões e descobriu que o valor a cobrar varia entre 5,20 e 10,40 euros, mas apenas no caso do período de inatividade ser de um ano. Por isso, confirme se os cartões que possui têm esta condição.

2) Cuidado com as taxas de juro

Deve olhar para estes cartões de fidelização como uma solução idêntica aos cartões de crédito. Assim, e tal como explica a DECO, “a falta de anuidade é compensada com taxas de juro mais altas quando se recorre ao crédito e os extratos mensais não são pagos na totalidade. Daí que a taxa anual de encargos efetiva global (TAEG) se encontre, quase sempre, colada ao máximo definido pelo Banco de Portugal para este tipo de crédito ao consumo”. Por isso, podem não ser uma boa opção para quem “pretenda utilizar o crédito sem fazer pagamentos a 100 por cento. Ou seja, para quem não tem a dívida no cartão a zeros”. Contudo, muitas marcas permitem os pagamentos faseados, e por isso é preciso avaliar quais são os custos reais dessa opção.

Depois, é preciso ter atenção quando as marcas só atribuem os descontos se o cliente não pagar a totalidade do extrato todos os meses. Ou seja, na prática só recebe o desconto se deixar uma parte das compras por pagar. Contudo, e tal como já explicámos, isso significa que fica sujeito ao pagamento de juros. No final, isso não será uma vantagem pois estará a “pagar” o desconto com o valor de juros que vai suportar. A DECO deixa um exemplo para clarificar esta situação:

Num determinado cartão, anuncia-se um desconto de 1% em todas as compras, só disponível a quem não pagar os extratos a 100 por cento. Vamos supor que o utilizador opta pelo pagamento de 10% do extrato mensal, suportando uma taxa de juro anual (TAN) de 14,3%, e que gasta 500 euros em compras todos os meses. No final do ano, obteve um cashback total de 60 euros (resultante dos 6000 euros gastos). Só que, em juros e impostos, no fim do ano, pagou 394,76 euros… Ou seja, gastou quase 335 euros a mais do que se não usufruísse do desconto. Além de acumular uma dívida no cartão de quase 3300 euros. Uma verdadeira armadilha para o consumidor mais distraído. 

Por isso, o ideal é pagar os extratos na íntegra e escolher cartões sem anuidade.

3) Não acumule cartões

O facto de ser cliente de diferentes marcas, não significa que tenha que fazer o cartão de crédito de fidelização para cada uma delas. Deve optar pelo cartão que sabe que vai utilizar com mais frequência e que lhe oferece as melhores condições. Lembre-se que, “como se trata de um financiamento, o montante que for disponibilizado em cada cartão irá contar como um risco potencial de crédito e será registado na Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal”. E qual a implicação disso? Imagine que precisa de contrair um Crédito à Habitação. Quando o banco for avaliar a sua viabilidade para o crédito, todos os montantes destes cartões de fidelização vão fazer parte das contas.

Em alternativa, procure os cartões de fidelização sem a vertente de crédito. A maioria das marcas tem esta opção e também oferecem descontos e campanhas exclusivas.

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