Encontrar a melhor proposta de crédito à habitação pode ser um desafio. Conheça algumas dicas que podem ajudar!
Comprar casa é um objetivo de muitas famílias. Contudo, é cada vez mais difícil concretizar esse objetivo devido aumento das taxas de juro e aos preços que se verificam no mercado imobiliário. Por essa razão, é essencial garantir que faz uma boa escolha antes de avançar. Lembre-se que um crédito à habitação é um encargo a longo prazo e muito significativo para o orçamento familiar.
Neste artigo deixamos-lhe algumas dicas para conseguir comparar e escolher a proposta de crédito à habitação mais vantajosa.
COMO ESCOLHER A MELHOR PROPOSTA DE CRÉDITO À HABITAÇÃO?
1) Compare os custos totais das diferentes propostas
A primeira dica parece óbvia, mas será que sabe exatamente como comparar os custos totais de uma proposta de crédito? Quando pede um crédito à habitação, não paga apenas pelo valor do empréstimo e os juros associados. Existem outros encargos adicionais que têm um grande impacto no custo total. E é aqui que entram dois indicadores importantes:
- TAEG (Taxa Anual de Encargos efetivos Globais)
- MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor)
Estes dois indicadores refletem todos os custos do crédito como juros, comissões, seguros e outros encargos associados. Mas então em que diferem estes indicadores? De uma forma resumida, a TAEG expressa todos os custos do crédito em percentagem anual (ou seja, aglomera todos os encargos associados ao crédito). Já o MTIC representa o valor global a pagar pelo empréstimo (montante total do empréstimo + todos os encargos associados).
Pode utilizar a TAEG e o MTIC para comparar as diferentes propostas de crédito à habitação. Mas atenção: deve comparar propostas para o mesmo montante, prazo e modalidade de reembolso. Contudo, não se esqueça que é necessário analisar todas as condições associadas. Ou seja, não deve apenas olhar para a TAEG o MTIC para tomar uma decisão final. Por exemplo: uma determinada proposta pode ter a TAEG mais baixa, mas o seguro de vida não ter a melhor cobertura. Por isso, a TAEG e o MTIC só seriam 100% fiáveis em comparações de propostas de crédito 100% idênticas, o que pode ser difícil de conseguir.
Pode encontrar a TAEG e o MTIC na FINE (Ficha de Informação Normalizada Europeia), que é um documento que contém todas as informações sobre o crédito em questão.
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Leia também: TAN, TAEG e MTIC no Crédito Habitação – Qual é a diferença?
2) Tenha atenção ao prazo do empréstimo
Não existe uma resposta certa para o “melhor prazo” para o crédito à habitação. Neste caso, depende muito sua situação atual. Contudo, o que deve saber é que: créditos com prazos mais longos têm prestações mais baixas, mas são geralmente mais caros. Porquê? Porque quando o prazo é mais longo, significa que estará mais tempo a pagar encargos como os juros, por exemplo. Ainda assim, pode ser mais conveniente optar pela prestação mensal mais reduzida.
Neste caso, pode e deve pedir ao banco que lhe apresente o impacto de diferentes prazos no valor da prestação mensal, no montante total de juros e outros custos a pagar.
Não se esqueça também que, desde 2022, estão em vigor os novos limites à maturidade máxima das novas operações de crédito à habitação em função da idade:
- Clientes até aos 30 anos: prazo máximo deve ser de 40 anos;
- Clientes com mais de 30 anos e até aos 35 (inclusive): prazo máximo deve ser de 37 anos;
- Clientes com mais de 35 anos: prazo máximo deve ser de 35 anos.
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Leia também: Tem mais de 30 anos? Conheça os novos prazos do Crédito Habitação
3) Perceba o impacto da escolha entre taxa fixa, variável ou mista.
Tal como no prazo do crédito, sobre as diferentes taxas de juro também não há uma resposta certa e universal sobre qual é a mais vantajosa. O importante é perceber como funcionam, como podem evoluir ao longo do tempo e o impacto que têm na prestação a pagar.
- Taxa fixa: a taxa de juro é acordada inicialmente e mantém-se sempre igual durante todo o prazo do contrato.
- Taxa variável: aqui a taxa resulta da soma do spread e do indexante (Euribor). Isto significa que a prestação do crédito varia consoante as oscilações das taxas Euribor;
- Taxa mista: nos créditos s a taxa mista, a taxa de juro é, num determinado momento, fixa, e noutro, variável.
Neste análise, deve também ter em conta a sua tolerância à incerteza. Para algumas famílias pode ser mais vantajoso optar por uma taxa que garanta estabilidade e que não oscile consoante o mercado, mesmo que isso signifique pagar um pouco mais.
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Leia também: Taxa fixa, variável ou mista no crédito habitação – Qual é a diferença?
4) Compare as vantagens/desvantagens da aquisição de outros produtos
É frequente que os bancos sugiram a aquisição de outros produtos financeiros como forma de reduzir o spread e outros custos (são as chamadas “vendas facultativas”). Entre esses produtos pode estar os cartões de crédito ou a domiciliação do vencimento na conta à ordem, por exemplo. Contudo, esses produtos também podem trazer mais custos. E é neste ponto que deve ter atenção. Será que os custos com esses produtos compensam a redução do spread? E o que acontece caso queira desistir dos produtos durante o contrato de crédito à habitação?
O Banco de Portugal explica que “se, durante a vigência do contrato de crédito, o cliente quiser desistir dos produtos que adquiriu, a instituição pode aumentar o spread do crédito, de acordo com o que estiver previsto no respetivo contrato. Mas esse aumento só pode ocorrer no prazo de um ano. Após um ano, a instituição de crédito não pode aumentar o spread com esse fundamento.”
Por isso, deve informar-se junto dos diferentes bancos sobre:
- Os benefícios e os custos destes produtos;
- O impacto da desistência destes produtos durante o prazo do empréstimo.
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Leia também: Procurar Casa ou Crédito Habitação – Qual o primeiro passo?
5) Faça o Curso de Crédito à Habitação
Perceber como funciona o crédito habitação pode ser algo complexo, mas é essencial para encontrar a proposta mais vantajosa. Aconselhamos que faça o nosso Curso de Crédito à Habitação. Este curso exploras as várias fases do processo de contratação do crédito e, para já, ainda é gratuito. Por isso, não deixe de aproveitar esta oportunidade. Com o conhecimento “na mão”, é mais fácil conseguir comparar as diferentes propostas e negociar com os bancos.
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Leia também: Crédito Habitação – Quais são os documentos necessários?
6) Peça ajuda!
Mesmo com toda a informação disponível, analisar as diferentes propostas e condições pode levantar várias dúvidas. Para além disso, nem sempre é fácil negociar com os bancos. Nestes casos, o nosso conselho é que peça ajuda a um profissional especializado, como é o caso dos intermediários de crédito. Os intermediários de crédito participam diretamente no processo de concessão de crédito com o objetivo de alcançar um entendimento entre o cliente e o banco. São por isso uma ajuda essencial para conseguir a proposta mais vantajosa.
Se precisar de ajuda, pode começar por pedir uma simulação gratuita para receber uma proposta de crédito à habitação dos nossos parceiros.
Por fim, o nosso último conselho é que assista aos episódios dos 3 Consultores sobre este tema:
- TAEG e MTIC – São assim tão relevantes?
- Qual é a melhor taxa Euribor para o teu crédito à habitação?
- Taxa Fixa vs Taxa Variável – Qual é a melhor para aprovar o meu crédito à habitação?
- Vantagens e desvantagens de pedir ajuda a um intermediário de crédito
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O conteúdo apresentado não substitui a necessidade de consultar entidades especializadas no assunto.
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