Se precisa de reorganizar a sua situação financeira, então deve analisar com cuidado os seus créditos e perceber quais as melhores opções para o seu caso. Entre essas opções encontra a renegociação ou a consolidação dos créditos.
Para quem enfrenta uma situação financeira mais sensível, é importante adotar algumas estratégias para evitar o sobre-endividamento. Isto é especialmente relevante para quem tem muitos créditos, o que tende a complicar a situação. Nesse caso, pode tentar renegociar ou consolidar os créditos que tem. Em ambas as soluções, o objetivo será reduzir a prestação mensal de forma a garantir o cumprimento do pagamento. Contudo, antes de tomar uma decisão é importante que entenda como cada uma destas opções funciona.
Renegociar ou Consolidar Créditos?
CONSOLIDAR CRÉDITOS
Um crédito consolidado permite reunir várias prestações numa única com melhores condições. Ou seja, ao optar pela consolidação fica a pagar um único crédito a um único banco. O objetivo é que a única prestação seja inferior ao somatório de todas as prestações individuais. Isso é possível porque a taxa de juro que fica a pagar é mais baixa e também é possível aumentar o prazo de pagamento do crédito. Para além disso, todo o processo de gestão dos créditos passa a ser lago muito mais simples pois só terá apenas de pagar uma única prestação.
Existem dois tipos de Créditos Consolidados em Portugal:
- Crédito Consolidado com Hipoteca – é possível juntar todos os seus créditos, incluindo o Crédito à Habitação, bem como dar o imóvel como garantia de pagamento da consolidação. É encarado pela instituição financeira ou banco como um crédito de baixo risco e por isso é mais fácil obter uma prazo de pagamento superior e uma prestação mais baixa;
- Crédito Consolidado sem Hipoteca – não inclui a garantia de um imóvel mas agrega de igual forma todos os outros créditos num só. Comparativamente ao anterior, não é tão vantajoso pelo facto dos prazos de pagamento não serem tão extensos e as taxas de juro não serem tão baixas.
Para conseguir o melhor crédito consolidado deve analisar qual das instituições de crédito lhe oferece as melhores condições. Para isso, deve ter uma atenção especial a estes aspetos:
- Juros: consolidar os créditos só é uma boa opção se a taxa de juros do crédito consolidado for inferior à média das taxas de juros de todos os créditos. Tenha especial atenção com a TAEG oferecida para saber todos os reais custos do crédito: juros, impostos e comissões;
- Prazo do pagamento: deve fazer contas e perceber se o prazo sugerido não significa que no final vai pagar muito mais. Deve aceitar um prazo que lhe seja vantajoso;
- Peça ajuda especializada: este processo de análise e negociação pode ser um pouco penoso, especialmente para quem não sabe negociar com os bancos e não domina o assunto. O ideal é contar com ajuda de profissionais para encontrar a melhor solução para si. Pode preencher este formulário para receber uma proposta de crédito consolidado, sem qualquer custo.
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Leia também: Crédito Consolidado: vantagens e desvantagens de juntar todos os créditos
RENEGOCIAR CRÉDITOS
Renegociar os créditos nada mais é do que tentar alterar as condições do crédito. Para isso, deve procurar o banco para tentar encontrar a melhor opção para baixar a prestação mensal. As principais opções disponíveis são:
1) Negociar a Taxa de Juro
Renegociar os créditos pode passar por tentar renegociar o spread junto do banco, por exemplo. Essa redução implica uma redução da prestação mensal, bem como do custo total do crédito. Porém, esta é uma opção que pode ser mais difícil de conseguir.
2) Prolongar o Prazo do Crédito
O aumento do prazo do crédito é das soluções mais procuras para aliviar a prestação mensal dos créditos. Mais tempo para pagar o crédito, significa uma prestação mensal mais reduzida. Contudo, isso também significa um aumento dos juros totais pois estará mais tempo a pagar o crédito. Por essa razão, é importante fazer algumas contas antes de avançar.
3) Pedir um Período de Carência de Capital
A prestação de um crédito é composta pelo capital em dívida e os juros. Ao optar pela carência de capital apenas fica a pagar a parte dos juros por um determinado período de tempo (entre 6 a 24 meses). Depois de terminar o período de carência de capital, volta a ter que pagar o valor total da prestação. Tal como no prolongamento do prazo, também a totalidade do crédito ficará mais cara por causa do pagamento dos juros durante o período de carência.
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Renegociar ou Consolidar Créditos – Qual é a melhor opção?
A resposta a esta questão depende muito das condições que conseguirá negociar com o banco. É importante que entenda que o banco não é obrigado a aceitar a renegociação dos créditos. Ou seja, pode nem conseguir optar pela renegociação. Por outro lado, mesmo que o banco o faça, as condições podem não ser as melhores. Por essa razão, a consolidação dos créditos é normalmente a melhor opção. Porém, o ideal será começar por fazer uma avaliação à sua situação e depois comparar as diferentes soluções. É necessário perceber quais são os créditos que tem e as respetivas condições atuais. Depois, tudo dependerá se já está ou não numa situação financeira muito delicada. Para o banco aceitar a consolidação dos créditos, por exemplo, não pode ter prestações em atraso.
Importa referir que, se já está em risco de incumprimento, então a situação altera-se. Neste caso, pode optar pelos mecanismos de apoio do Banco de Portugal – o PARI (Plano de Ação para o Risco de Incumprimento) e PERSI (Procedimento Extrajudicial de Regularização de Situações de Incumprimento). Estes mecanismos consistem na apresentação de planos de regularização do pagamento dos créditos. De forma simples, o objetivo é agilizar o processo de renegociação dos créditos junto do banco através das soluções que lhe explicámos anteriormente: alargamento do prazo ou redução das taxas de juro, por exemplo.
Por fim, não deixe de assistir ao nosso vídeo onde explicamos a estratégia para renegociar ou transferir o Crédito à Habitação, evitando assim os entraves que os bancos costumam colocar:
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